quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Despedidas

Por que é tão difícil se despedir das pessoas, mesmo quando é só pra dizer um até breve?
De fato não sei a resposta, mas o sentimento é terrível. A pior coisa é o medo do breve ser um para sempre.
Se por um lado a alegria de receber as pessoas, ainda mais quando são próximos a ti, é enorme, a tristeza de se despedir é tão grande quanto.

Essa dor se torna mais intensa quando são os outros que partem, e não você.
Sabemos que teremos que olhar para todos os cantos e lembrar de cada momento, mesmo tendo a certeza ou pelo menos a fé de que esses momentos vão se repetir por muito mais vezes.
Confesso que é a segunda vez na minha vida que passo por isso. E a gente fica de mãos atadas. É fundamental transmitir tranquilidade para as pessoas que estão indo, para que eles possam ir tranquilos e se concentrar apenas naquilo que viverão. E cabe a gente esperar... Mas eu preciso desabafar.
Sei que não é também o objetivo do blog, então quem quiser pode se poupar do resto. Voltem em breve. Daqui para frente falarei coisas que só serão interessantes para quem estiver num dia reflexivo... Adianto logo que não vou revisar nem tentar ler novamente. Não agora...

Não terei medo de repetir idéias nem ser desconexo... Porque assim são os sentimentos... E vamos adiante...
Quando nascemos temos a certeza de que tudo um dia vai acabar. Talvez por isso as despedidas doam tanto. É uma forma da gente enxergar que nada é para sempre.
Quando dizemos um até logo para ver a pessoa no dia seguinte, talvez não seja dado tanto valor, mas o dia seguinte pode não chegar para um dos dois. Quando se trata de um tempo mais longo, passa a ter uma proporção inestimável.

Mas ao dizer até logo para uma pessoa no fim do dia, temos a certeza que iremos encontrar aquelas pessoas que dividem a vida com a gente, a não ser que a pessoa more sozinha.
Ver uma das pessoas que divide a vida contigo passar um tempo fora é duro. Mas quando todas vão de uma vez... Se torna massacrante.

Algo não tem saído da minha cabeça nos ultimos dias. Se coloque na posição de uma pessoa que não passou as festas de ano novo com a família. Assim: todos foram pra um lugar e essa pessoa foi para outro.
Ao acordar, já no novo ano, a pessoa liga a televisão e descobre que sua família fora soterrada por um deslizamento de uma encosta. Em minutos, essa pessoa perdeu tudo o que ela tinha de mais importante na vida. Absolutamente tudo.
Dinheiros, seguros, bens... Nada disso paga uma vida... Quanto mais todas!
Sei que pode parecer bobagem, mas meu coração tem sido impiedosamente espremido por esse sentimento.
Tenho fé que eles vão e voltam na data marcada. E lá estarei eu! Feliz da vida por poder recebe-los.
Mas e se, por um desvio infeliz do destino, esse dia não chegar?

Bem, já não tenho mais muito para falar... Já não consigo segurar minhas emoções.
Obrigado por ter lido tudo. Talvez você me entenda melhor do que os outros pelos próximos dias.
E contarei ansiosamente até poder ver minha família novamente.

Forte abraço.