segunda-feira, 21 de junho de 2010

O dia em que eu fui roubado pelo Estado

Caros e caras,
volto depois de um tempo ao meu  blog para contar-lhes uma história que seria engraçada se não fosse verdade. Cabe a cada um tirar as suas conclusões. Tentarei ser imparcial, mas a ironia faz parte de mim. Então, talvez não consiga.

Terminado o jogo da Seleção (3 a 1 sobre a equipe de tae kwon do da Costa do Marfim), eu e minha família nos aprontamos para seguirmos com destino à igreja. No caminho fomos parados pela Blitz da Operação Lei Seca. Até então, nada demais.

Meu pai – que estava no volante – tinha bebido duas long necks na hora do almoço, então o bafômetro seria mera formalidade, pois sabíamos que não acusaria álcool (afinal, já eram quase 18hs).

Ele seguiu em direção ao equipamento e nós ficamos no carro aguardando. Analisando o semblante dele, percebemos que algo não ia bem. Minha mãe saiu do carro e foi averiguar o que havia acontecido.

Retornando ao carro ela nos contou que o veículo seria apreendido uma vez que o documento que estava com meu pai era de 2008. Meu pai tentou conversar com a coordenadora da blitz alegando que o carro tem placa de Brasília e que lá o Detran funciona de forma diferente (de fato, não existem vistorias anuais).

Neste momento a Sra Geisa – coordenadora da blitz – afirmou que o documento estava em atraso e isso significava que o carro estaria em débito com o Estado. Meu pai me pediu para que eu fosse para casa (de taxi, diga-se de passagem) pegar os comprovantes de pagamento.

Em menos de 20 minutos eu estava de volta, com TODOS os comprovantes dizendo que o carro estava quitado. Ela então leu, analisou tudo e disse: “sim, sim, mas o documento é de 2008”. Já com a missa quase terminando desistimos de ir e resolvemos tentar ajustar a situação. Meu pai explicou então a dificuldade de transferir a documentação de um estado para o outro toda hora (somos uma espécie moderna de nômades), e que o documento verde (CRV) era de 2008 porque a gente não recebeu os dos anos seguintes.

Nesta altura, os funcionários do reboque já tinham preenchido tudo e ela, cheia de bom senso e paciência, passou a alegar que não tinha como voltar atrás porque já estava tudo carimbado e assinado.

Resumindo o prejuízo:

  • Voltamos a pé para casa;
  • Pagamos por duas diárias do depósito (?!) tirando o carro com menos de 24hs;
  • Pagamos a taxa do reboque (?!);
  • Meu pai perdeu não sei quantos pontos na carteira e
  • Pagamos a multa.

Agora eu te pergunto: cadê a Lei Seca nessa história toda?

Tirem suas conclusões e cuidado nas próximas eleições: o cargo dela é político segundo os próprios integrantes da blitz.

 

Abraços a todos