terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Por dentro do BBB

Chegamos à décima edição do Big Brother Brasil. Não consigo acreditar como isso ainda tem elevados índices de audiência. Tentei então compreender o porquê disso e, então, vim aqui para colocar as idéias em ordem.

Em primeiro lugar, o ser humano tem uma necessidade muito grande de auto-afirmação. Para tal, ele precisa ver que as coisas que ele faz são comuns, ou seja, que ele não é o único a agir de determinada forma. Então, o sujeito perde algumas horas semanais para acompanhar completos desconhecidos e, assim, ter a certeza de que não está só no mundo.

Em segundo lugar, boa parte das pessoas é adepta da fofoca e também gosta de viver a vida dos outros. Se isso não fosse verdade, não teríamos tantas novelas na televisão. Não falo isso como uma crítica individual. Apenas uma constatação.
É aquele assunto que sempre ocorre com qualquer pessoa em vários momentos do dia: “Viu o que fulano fez?” ou “Ficou sabendo da última?” ou ainda “Eu não acredito que ele foi capaz disso!”. Só que a liberdade que se tem ao falar essas coisas de um desconhecido dá uma imunidade para a pessoa. Ela deixa de ser uma fofoqueira de plantão e passa a ser parte do público de um programa de televisão. E também tem o fato de que não haverá nenhum problema. Afinal, xingar todos os dias um participante não vai render briga no bairro ou confusão no emprego.

E a Globo, que não é boba, sabe escolher os participantes. Escolhe pessoas diversificadas e que tenham condições de dar o que o público realmente quer: a baixaria. Como se não bastasse, o pseudo-poeta Pedro Bial incita esse tipo de atitude na maior cara-de-pau e o público vai ao delírio. Quem não gostaria de ver a vizinha atraente tomando banho? Ou aquele vizinho musculoso fazendo o mesmo? E por isso as pessoas tornam-se adeptas convictas da mais nova forma de lavagem cerebral autorizada que existe no mercado.

Se você está lendo isso e assiste Big Brother, aceite meu conselho: faça algo melhor e vá ler um livro. Não perca seu tempo de vida nem seus neurônios com um produto que visa não só expor seres humanos (que se sujeitaram, está certo) como animais enjaulados e vigiados 24 horas por dia como também te arranca dinheiro nas votações. E não venha dizer que votar pela internet é de graça, por que não é.

E, por fim, se você assina o pay-per-view, feche esta janela agora!

Abraços e até a próxima

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