terça-feira, 21 de outubro de 2008

Fernando Gabeira ou Eduardo Paes?

Em quem você votará no dia 26 para prefeito da cidade do Rio de Janeiro?
Fernando Gabeira (43) ou Eduardo Paes (15)?
Quem você acha que mudará o a cidade para melhor?

Se você foi sábio, respondeu que nenhum dos dois. E aqui eu digo as verdades que todos se recusam a dizer (e alguns a acreditar!).

Quem é Fernando Gabeira?
Bem, ex-terrorista, ex-seqüestrador, ex-assaltante (se esses substantivos puderem ter o prefixo ex) que está na política desde os movimentos comunistas estudantis da década de 60.
Para muitos isso é motivo de orgulho; para mim o crime nunca compensa. Mas ok, vamos ao que interessa.

Uma pessoa com quase 40 anos de carreira política tem bastante a nos mostrar, certo?
Errado. Tudo que ele oferece sobre a sua história são dois momentos: um, esculachando Severino Cavalcanti (que na época era presidente da Câmara e estava envolvido com vários escândalos. Na verdade, Gabeira batia em cachorro morto), e outro, empurrando parlamentares numa atitude de rebeldia, mostrando completa falta de controle emocional.

Quanto às propostas, ele mostrou em seus programas do segundo turno (uma vez que os de primeiro turno eram pedidos de voto) que quer:
  • Revitalizar o porto do Rio, para trazer desenvolvimento ao centro;
  • Investir na educação;
  • Investir no turismo;
  • Alteração do Plano de Disciplinas nas escolas.
Essas foram as principais promessas até agora. Como residente da cidade maravilhosa, acredito que temos outros problemas a serem abordados como prioritários.
E por fim, é o candidato mais cínico dentre todos. Gabeira diz que não fala mal dos outros, que é bonzinho, mas está sempre provocando nas entrelinhas, ofendendo e procurando tirar o mérito dos adversários.

Quem é Eduardo Paes?
Bem mais jovem que o adversário, é um produto da política moderna brasileira.
Sem qualquer tipo de ideologia, troca de partido como troca de roupas, tendo por finalidade sempre estar ocupando algum cargo em algum lugar. Ora como secretário, ora como deputado...
Para ter uma idéia de como os partidos são uma sopa de letrinhas para ele, vamos listá-los na seqüência de sua carreira política: PV (pasmem, de Fernando Gabeira!), PFL (atual Dem), PTB, PFL (de novo!), PSDB e PMDB.

Apresentando-se como político, Paes lembra da enchente que devastou uma região específica da Zona Oeste, parecendo mais um mártir do que um subprefeito (cargo que ocupava na época). Relata em detalhes como foi sua saga no local, parecendo mais um novo Moisés libertando um povo oprimido. Além disso, usa sua amizade com o governador e o presidente (outrora criticado severamente no parlamento) como uma espécie de álibe.

Quanto às propostas, Eduardo Paes é bem mais sensível do que Gabeira. Notou problemas crônicos na saúde, educação e na segurança pública e propôs (diferente de Gabeira, que só fala de soluções, mas não de caminhos) medidas simples e eficazes. Dentre elas:
  • Criação de postos de saúde, chamados UPAs, que fazem atendimentos emergenciais de menor gravidade;
  • Uma medida emergencial de combate à dengue, uma vez que a atual prefeitura está deixando tudo se encaminhar para nova epidemia;
  • Fim da aprovação automática;
  • Aumento no 'staff' de professores e da carga horária de aulas;
  • Rever a iluminação das praças a fim de banir 'becos escuros';
  • Reforma da Guarda Municipal.
É claro que seus projetos são muito mais sensíveis à realidade do carioca. Acredito que a pessoa que pesquisou e pensou nestes projetos foi simplesmente brilhante! E lamento, profundamente, que ela tenha entregue isso ao Eduardo Paes em vez de se candidatar à prefeitura, pois ele continuará o que vem fazendo desde o princípio de sua vida política: nada.


Sei que é uma tortura ter que, num domingo de sol, sair de casa para votar nesses maltrapilhos.
Mas foi o que o sábio destino nos reservou. Criticamente, digo para vocês que estão lendo este blog: não gastem sua ilusão e suas esperanças acreditando que algo vai mudar, porque simplesmente não irá. E, por fim, ficam aqui registradas as principais propostas dos dois. Daqui há 4 anos poderemos analisá-las novamente.

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